O estudo “Futuro do Mundo do Trabalho para as Juventudes Brasileiras” mostrou que a falta de cursos de qualificação é apontada como obstáculo para a inclusão de jovens no mercado de trabalho. Atualmente, 27% dos brasileiros entre 14 e 29 anos não têm oportunidade de estudo nem trabalho.
Feito em parceria entre Itaú Educação e Trabalho, Fundação Arymax, Fundação Roberto Marinho, Fundação Telefónica Vivo, Instituto Cíclica e Instituto Veredas, a pesquisa ouviu 34 organizações da sociedade civil que trabalham com esse público. Delas, 67,6% afirmaram faltar oportunidades de qualificação, e 58,8% creem que os cursos de qualificação profissional e técnica disponíveis não estão sintonizados com as vagas de trabalho oferecidas.
Partindo desse cenário, 82,3% das entidades ouvidas apontaram que as empresas não conseguem realizar contratações de jovens com a qualificação necessária para os cargos disponíveis. E 58,8% das empresas pesquisadas afirmaram que os cursos profissionalizantes não estão atualizados ou em sintonia com o se espera do mercado de trabalho.
Um dos caminhos apontados pelos especialistas é o da “aprendizagem baseada no trabalho”. Ou seja, transformar o ambiente laboral para estimular o treinamento e capacitação desses funcionários, com muito potencial, mas sem o embasamento teórico ou técnico esperados. A Lei nº 10.097, que trata sobre a contratação do “menor aprendiz” e em vigor desde dezembro de 2000, é citada como exemplo prático dessa proposta.
O estudo revelou, ainda, que a maioria dos jovens, especialmente os mais vulneráveis, não conhecem as chamadas “profissões do futuro”, atreladas a áreas da economia criativa, do cuidado, digital e verde. Para 76,4% das entidades entrevistadas, há falta de interesse e pouca procura por informações sobre essas carreiras, que serão muito requisitadas em um futuro próximo.
Fontes: Agência Brasil, O Globo.